Concordo plenamente com o poeta quando ele diz que “amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração”. Hoje eu fiz questão de ouvir esta música de Milton Nascimento chamada Canção da América para me despedir de uma pessoa querida que, na verdade, era muito mais que um simples amigo.
Gabriel Chaboudt era muito mais. Quem teve o privilégio de conviver com ele sabe que ele era uma pessoa especial. Ele era o filho amado que toda mãe e todo pai gostariam de ter. Aquele neto exemplar que é o xodó e o chamego dos avós. Aquele sobrinho adorado pelos tios. Aquele primo estimado e querido pelos demais. Aquele amigo que os amigos adoram de paixão. Aquele colega de trabalho alto astral, companheiro que alegra o ambiente. Aquele jovem diferenciado em sua geração. Aquele jovem cheio de fé e apaixonado por Jesus. Na verdade, ele era uma dessas pessoas que nos parecem ser únicas: Gabriel era único!
Gabriel é nome de anjo. Aquele que apareceu à Maria, anunciando que ela seria a mãe de Jesus, o Salvador, e trouxe as boas novas para a humanidade. Todos nós sabemos que anjos são seres espirituais. Contudo, vale dizer que, em certas ocasiões, Deus coloca em nossas vidas “anjos” de carne e osso, como o nosso querido e amado Gabriel Chaboudt. Seu nome é de origem hebraica e significa “enviado de Deus”. Com toda certeza ele foi enviado por Deus a este mundo para enriquecer as nossas vidas com a alegria que lhe era peculiar: Elétrico, sorridente, alma transparente, homem de bom coração. Meu querido Gabriel. Nosso querido e amável Gabriel.
Gabriel partiu inesperadamente: nosso “anjo ligeiro”. Diante dessa partida repentina, conseguimos compreender um pouco do Salmo 90 quando nos diz que “todos os nossos dias se passam... acabam-se os nossos anos como um breve pensamento... porque tudo passa rapidamente e nós voamos”. Por ocasião da partida, Rossana me disse: “Sérgio, pena que eu falei tão pouco com Gabriel ao telefone ontem à noite”. Este é o sentimento de todos nós. Infelizmente, na regra do jogo da vida, raramente sabemos quando é a hora da partida. E é justamente nesse momento que o desejo do “algo mais” nos toma de assalto. Uma palavrinha só a mais... quem sabe mais um sorriso... só mais um abraço... só mais uma história... mais uma abobrinha do Gabi... dá-lhe apenas mais um beijo carinhoso... apenas dizer-lhe pela última vez “eu te amo e você é importante demais para mim”. Somente quem ama de fato, traz em si o desejo disso que chamei de algo mais. Mas ele nos deixou dizer algo? Biel é anjo travesso, ligeiro e serelepe. Anjo com asas nos pés, que foi correndo para o colo de Deus.
Considerando o que disse acima, sobre a fugacidade da nossa existência e a partida inesperada de Gabriel, aprendemos que “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar, na verdade não há”. O tempo é hoje. O momento é agora. Ame seus familiares e valorize as pessoas que estão a sua volta. A vida passa ligeiramente.
Gabriel, anjo moleque, esses últimos dias você encheu os nossos olhos de lágrimas; provocou um nó em nossa garganta, difícil de desatar; causou um aperto em nosso peito e nos sentenciou a essa dor no coração por sua partida. Isso é coisa de anjo sapeca, moleque e brincalhão. Porém, apesar de sua traquinagem sem graça, você precisa saber de uma coisa. Todos nós, familiares, parentes e amigos, insistimos em te amar, e te dizemos em uma só voz: Valeu por tudo, querido e amado Gabriel! Teu lugar é ao lado do nosso Deus e amado Pai. Somos gratos ao Senhor Jesus por sua vida em nosso meio. Você ficará guardadinho em nossas lembranças e em nossos corações. Um beijo carinhoso de todos aqueles que te amam.
Sérgio Fonseca