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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

DISCORDO, MORGAN FREEMAN


DISCORDO, MORGAN FREEMAN

Opinião eu respeito a de todo mundo, nem precisa ser a do Morgan Freeman... As pessoas são livres para pensar e emitir suas opiniões. Este é um direito no qual acredito com todas as minhas forças. No entanto, todos nós sabemos que a coisa que mais existe na internet são posts assinados por fulanos e beltranos fakes, quando na verdade os ilustres citados não disseram nada a respeito. Agora, digamos que este seja de fato o pensamento do Morgan Freeman, a quem muito admiro e sou fã... Eu questionaria da seguinte forma: Ele é estudioso do tema pra falar com propriedade sobre o assunto, ou a sua opinião é um mero "achismo"?

Achar cada um tem o direito e pode achar o que quiser. Tem gente que acha que Jesus é apenas um ser iluminado, mas não é Deus. Nem por isso ele deixa de ser o Deus Maravilhoso que conhecemos. Por mais incrível que possa parecer, tem gente até hoje que não acredita que o homem foi a lua. Tem gente que crê em marcianos sem nunca ter tido contato com um. Por outro lado, tem gente que já foi “abduzida” por extra terrestre e viajou em nave espacial. Longe de mim querer menosprezar a fé, a crença (não uso esta expressão no contexto religioso), ou a experiência pessoal de cada um.

É verdade que todo grupo social tem seus interesses. Agora, eu não posso negar que graças aos bons "interesses de grupos", Hitler e os nazistas não acabaram com todos os judeus na busca de criar uma raça pura (o nazismo matou 6 milhões é verdade). É muito bom saber que, aqui no Brasil, grupos de negros se juntaram, formaram quilombos e resistiram a toda forma de escravidão; que bom que grupos de interesses abolicionistas (homens brancos e negros juntos) se organizaram para acabar com a escravidão, pois caso contrário estaríamos vivendo num regime escravocrata até aos dias de hoje. Todo e qualquer grupo tem seus interesses, não conheço um grupo que não tenha. Agora, se os interesses desses grupos são bons, ruins ou justos, cabe a cada um de nós julgar com sua consciência histórica. No que me diz respeito: A minha Consciência é Negra. Não no sentido pejorativo e ideológico que esta expressão é usada no cotidiano. Mas no sentido positivo de alguém que é negro e nasceu no Brasil: O último país no mundo a acabar com a escravidão. Os reflexos disso a população brasileira, formada por índios, brancos e negros, sofre até hoje como podemos ver através da desigualdade socio-econômica do país. E não me venham dizer que a questão é meramente “social e econômica”, excluindo a questão racial que está na gênese da nossa história como nação. Não se tratava de “mão de obra barata”, mas sim de mão de obra escrava que fez este país crescer economicamente.

Eu não acredito e discordo da fala do Morgan Freeman do post, ao dizer que "O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, amarela ou branca e nos preocuparmos com consciência humana, o racismo desaparecerá". Eu não acredito em Papai Noel, coelhinho da páscoa e nem em passe de mágica: Plin!

Creio que o racismo no mundo sempre existirá. Mas creio também que sempre haverá gente branca, negra, indigena, asiática, aborígene e seja lá de qualquer etnia for, gente de bem, para lutar contra o racismo e a favor do respeito ao ser humano. Sabendo que este "ser humano" só é igual aos olhos de Deus. Aos olhos do homem, nas relações sociais, a humanidade é bem diferente, hierárquica e segregacionista. Lembro das palavras de outro americano que Morgan Freeman conheceu bem, Martin Luther King: “Eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos pequenos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter.” O Pastor Martin Luther King, morreu por sua fé e por acreditar numa sociedade mais justa e igualitária. Será que Morgan Freeman se esqueceria disto? Enquanto isso, aqui no Brasil, eu sigo na luta, no amor de Cristo e com muito samba no pé!

Sérgio Fonseca

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

BODAS DE OURO, CASAMENTOS DE LATA

BODAS DE OURO, CASAMENTOS DE LATA

Encostada no batente da porta da cozinha, e de saco cheio da vida que levava ao lado de Pedro, um marido intransigente, cabeça dura e egocêntrico, Maria Izabel perguntou a mãe:

- Mãe o que fazer quando um casamento acaba, chega ao fim?

Ao que dona Santinha respondeu:

- Filha, antes que acabe de vez é melhor investir todos os esforços possíveis para tentar resgatar a relação. Agora, quando um casamento acaba, mas acaba mesmo... só há duas coisas a fazer: Ter coragem de encarar uma separação e reconstruir uma vida nova, ou deixar as coisas como estão até que a morte os separe. Estou casada com o seu pai há cinquenta anos, já completamos bodas de ouro.

Izabel, naquele instante, num flash back, percorreu a história conjugal nada animadora de dona Santinha e Sr. Severo, seus pais. Relembrou as argruras que a mãe havia sofrido ao lado do pai durante a sua infância e adolescência, em razão do amor que aquela santa mulher tinha por Izabel e Paulo, seu irmão.

Agradeceu as palavras da mãe, enxugando-lhe com ternura as lágrimas que corriam pelas bochechas de dona Santinha. Despediu-se da mãe com um abraço acolhedor, um longo beijo apertado na face e um brilho de cumplicidade no olhar, que só existe numa relação entre mãe e filha que verdadeiramente se amam. E sem que dissessem uma palavra sequer, compartilharam sorrisos suaves de alívio e compreensão. Tudo estava dito no olhar. Izabel entrou no seu carro e retornou à sua casa.

Ao chegar em casa agradeceu a Deus por suas duas filhas. Abraçou Juliana e Larissa com amor e comprometimento de mãe. E por ela e por suas duas filhas, de 5 e 7 anos de idade, resolveu tomar uma decisão. Com a consciência tranquila que durante dez anos havia empreendido todos os esforços possíveis para resgatar a sua relação conjugal com Pedro – que continuava indiferente, sem demonstrar um sinal positivo de mudança, parceria e comprometimento com o relacionamento familiar – criou coragem para dar um basta naquela situação e disse:

- Pedro, eu não quero completar bodas de ouro ao seu lado, desse jeito que estamos vivendo. Eu quero um relacionamento de amor, cumplicidade, parceria... Um relacionamento de verdade!

Pedro ouviu tudo aquilo com indiferença, desdém e sem dar ouvidos. E após dez anos de casamento veio a separação.

Dois anos após sua separação Izabel conheceu Renato que era colega de trabalho de Paulo, seu irmão. Três anos depois eles se casaram. Mês passado eles fizeram bodas de algodão. No entanto, com todas as dificuldades de qualquer casamento, Izabel encontrou em Renato parceria, companheirismo e um relacionamento de ouro.

Dona Santinha, hoje em dia, olha para a filha cheia de orgulho e alegria, por saber que Izabel teve a coragem de reescrever a sua história e ser feliz!

Sérgio Fonseca









domingo, 3 de novembro de 2013

ANGELO


ANGELO

Equilibrista de arame sem circo,
andava no fio da navalha sangrando.
Ao longo da vida caminhou à beira do precipício.

Um dia, juntou uns trocados e foi para Nova York.
Acordou numa manhã ensolarada de domingo
achando que aquele era o dia perfeito.

Exausto de tudo, subiu ao topo do Empire State.
Se pôs de pé no parapeito carregando os seus dramas.
Contemplou a cidade do alto de sua corda bamba.

Naquele momento o tempo parou e
houve um profundo silêncio no mundo:
Ele resolveu se atirar do arranha-céu.

Com um sorriso de alívio no rosto, se lançou ao nada.
E no silêncio ele foi caindo, caindo, caindo, caindo...
Até que, inesperadamente, surgiu-lhe um par de longas asas.

E ele foi subindo, subindo, subindo, subindo...
Alcançou as alturas e sumiu nas nuvens:
Cansado de ser gente, virou anjo!

Sérgio Fonseca