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Nosso objetivo neste espaço virtual é refletir sobre o comportamento humano no dia a dia. Para isso, utilizamos a força da palavra através de poesias, crônicas, vídeos e áudios. Pode entrar e ficar a vontade: A casa é sua!







sexta-feira, 18 de outubro de 2013

MEIA TIGELA


MEIA TIGELA

Quem me dera
meus poemas fossem
“sujos” como o de Gullar...
Os meus são limpos demais.

Escrevo, escrevo, escrevo
e continuo com a sensação
de que não sei fazer poemas.
Pareço criança perdida em quarto escuro,
tentando alcançar a alma das poesias
que por ironia vivem em mim.

A vergonha me toma quando ouço
os grandes poetas de ontem e de hoje.
Diante de suas santas palavras, as minhas são
blasfêmias, heresias, sacrilégios e pecados sem perdão.

Não que eu tenha a pretensão
de me tornar um Carlos Drummond.
Ainda que por vezes me perca em delírios,
a minha loucura é lúcida quanto ao óbvio:
Estou infinitamente distante de tamanho talento.
Escrevo por necessidade de estar vivo, são e só.
Coisa de menino desatinado que não sossega o facho
e dana a escrever as besteiras do coração, simplesmente
porque acha que escrever é algo sublime de tão lindo.

Ao escrever me aproximo de mim,
caminho com os outros de mãos dadas
e me vejo cada vez mais próximo de Deus.
Sou poeta de meia tigela, mas de alma inteira!

Sérgio Fonseca



sábado, 12 de outubro de 2013

LITERATURA


LITERATURA
Qual livro é esse
que você devora?

Queria poder
desvendar essa história.

Tão compenetrada
lendo página por página.

E eu aqui, em sua frente,
sem saber nada de você:
Apenas tentando te ler.

Sérgio Fonseca

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

FREUD EXPLICA


FREUD EXPLICA

E lá foi ela numa manhã de domingo.
Cabelos ao vento se sentido a Byoncé do lugar.
Boca vermelha e lábios carnudos de Angelina Jolie.
Vestia um corpete que dava volume aos seios fartos,
dignos de causar inveja a Sofia Loren.

Embalada a vácuo numa calça de laycra
que lhe acentuava as curvas,
seguia o seu caminho.
Equilibrava-se num salto que
se acaso torcesse o pé,
as pessoas ao redor pensariam que era
uma tentativa de suicídio.

Tudo isso,
para assistir a missa
de domingo do Padre Antônio.
Tem coisa que Freud explica,
tem coisa que Freud complica
e tem coisa que simplesmente
é Freud! Pode?

Sérgio Fonseca

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

FOTOGRAFIA


FOTOGRAFIA

Afrodite,
Vênus de Milo,
Brigitte Bardot.

Floco de neve
caído das nuvens
feito anjo sem asas.

Alva pele
salpicada com a beleza
das tuas sardas.

Meio sorriso teu
é o suficiente para
iluminar dias inteiros.

Basta um beijo,
que revele os teus desejos,
para encher o teu céu de estrelas.

Sérgio Fonseca









terça-feira, 8 de outubro de 2013

RAP NACIONAL: FORA CABRAL!


RAP NACIONAL:
FORA CABRAL!

Mais uma
comunidade pacificada
e o governador
posando de herói.
Conta outra, porque
eu moro em Niterói.
Pacificou lá,
todo mundo já sabe
que o bicho pega aqui.
Quer ver?
Se liga, você vai ouvir:

“Ei, maluco,
tiros na parada gay:
Balas perdidas!
Cada um por si
e Deus por todos
na tentativa de
salvar a própria vida.

Tiroteio
no Bairro de Fátima:
O coro come!
Sirenes no ar,
apreensão no apê,
silêncio nos barracos
e no morro.
Desta vez quem é
que vai morrer?

E o povo grita:
Fora Cabral!
Nikity aflita:
Fora Cabral!
Nikity atônita:
Fora Cabral!

Bonito as pampas,
coisa linda de se ver
que a cada dia
um gigante se levanta
dentro de você!

Nas ruas do Rio
um corre-corre.
Balas de borracha,
cacetete na nuca e
na cara esprei de pimenta.
Cara de pau essa
polícia do Cabral.
Desse jeito
a Educação não aguenta!
Professores apanhando,
polícia batendo,
a cidade é um caos
e o coro tá comendo!

Enquanto isso,
eu que não sou bobo,
vejo na Globo
o prefeito e o governador
com caras de santo
discursando a sua demagogia,
tentando enrolar o povo
na mais fina hipocrisia.
Mas o povo segue gritando:
Fora Paes, fora Cabral!
Para o raio que os parta,
Para o espaço sideral!

Na minha cabeça
esta pergunta martela:
Desta vez quem é
que vai morrer?
Eu morro um pouco
a cada dia que alguém
morre no Brasil,
morro por mim
e por você.
Ninguém nos socorre:
Falta saúde!
Saúde é pra quem pode!

Estou cansado, mas
não mudo de lado,
não fujo da luta,
não entrego os pontos.
Eu sigo em frente
porque eu sei que com você
eu sou mais forte.
O nosso grito ecoa,
afugenta a corrupção,
estremece as estruturas
e fortalece a nação.

Em Brasília
o gigante sobe a rampa
e dá de cara com o
Congresso Nacional.
E o povo grita:
Para o Governo Federal!
E o povo canta:
O nosso Hino Nacional!
A massa agita:
É fora do normal!
Bonito as pampas,
coisa linda de se ver,
que a cada dia
um gigante se levanta
dentro de você!

Sem esquecer que
é através do voto
que a gente faz
um novo dia 
amanhecer.

Sérgio Fonseca




quarta-feira, 2 de outubro de 2013

BEM ME QUER

BEM ME QUER

Colheu a rosa vermelha
mais linda que havia nos
Jardins Suspensos da Babilônia.

Encantado por tão rara beleza,
resolveu tomar para si a flor e
desvendar os seus mistérios.

Com delicadeza desfolhou a rosa
em bem me quer e mal me quer,
desejando pétala por pétala.

Por fim, 
lhe restou o amor
e o perfume da rosa nas mãos.


Sérgio Fonseca

terça-feira, 1 de outubro de 2013

ESSE TREM QUE SINTO

ESSE TREM QUE SINTO
Eu,
o trem,
o trilho,
o troço,
os destroços
e os escombros.

Um
cansaço.
Um
Silêncio.
Mil e um
pedaços
e nada de novo.

O trem,
o trilho,
o troço,
o cansaço,
o silêncio,
os pedaços
e tudo de novo.

Eu e esse destino
que não chega nunca.

Sérgio Fonseca