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Nosso objetivo neste espaço virtual é refletir sobre o comportamento humano no dia a dia. Para isso, utilizamos a força da palavra através de poesias, crônicas, vídeos e áudios. Pode entrar e ficar a vontade: A casa é sua!







quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CAMINHADA


CAMINHADA

Quando olho pra mim,
ontem...

Quando olho pra mim,
hoje...

Percebo o quanto 
caminhei.

Amanhã,
um caminho pela frente:

Caminharei.

Sérgio Fonseca


QUANDO O AMOR É MUDO


QUANDO O AMOR É MUDO

Tudo estava no ar,
mas o medo congela.
Nenhuma palavra
da parte dele.
Nenhuma palavra
da parte dela.

Tudo se dava
no silêncio do olhar.
Ele de cá, ela de lá,
olhos de mel, olhos de mar.
Ambos vivendo um amor
completamente mudo.

As palavras pedindo
para serem ditas, escritas.
Mas de tanto eles deixarem
algo no ar a vida inteira,
há o risco do amor virar poeira
e viverem a suspirar.

Sérgio Fonseca



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

MENINAS ADOLESCENTES

MENINAS ADOLESCENTES

Hoje, na hora do almoço,
sentados a mesa no refeitório,
eu e elas morremos de rir com as histórias
do cotidiano das meninas adolescentes.

- Juliana, acorda! Hoje é sábado.
Vamos, vamos. Vou abrir a janela.
Quer ficar dormindo até o meio dia?
Você não faz nada!

- Daniele, eu já te falei...
Desliga este telefone. Guarda este celular.
Eu vou acabar com este namoro...
Depois você vai chorar.

- Fernanda, você não tirou o pó!
Olha aqui. Meu dedo está cheio de poeira.
Tirou o pó igual a sua cara, né?
Não vai sair enquanto você não limpar.

- Alexandra, laaaarga estaaa porcariaaa!
Eu vou transformar este tablet
numa tábua de bater bife.
Você não está acreditando... Vai estudar!

- Gabriela, quando eu falar não me responda.
Cale a sua boca sem retrucar.
Quem manda aqui sou eu. Tô te falando...
Arranco os dentes da sua boca com aparelho e tudo.

- Vocês estão pensando que eu sou a empregada?
Eu estou de saco cheio. Tudo eu e ninguém me ajuda.
O dia que eu for embora desta casa...
Só quero ver como vocês vão se virar sem mim.

Eu e elas morremos de rir.
E no final elas me dizem:
“Professor, mãe é sempre assim.”

Sérgio Fonseca









quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

TOM ZÉ

POIS É...
Ele disse que
O Largo dos Aflitos
Não era tão largo para caber sua aflição.

Delirante
Maluco é pouco
Sua loucura não tem classificação.

Mago enigmático,
Hiperativo, provocativo...
Fantástico!

Baiano de Irará
Tropicalista esquecido
Que não conseguiram apagar.

Ele disse que
“estar seguro é uma forma de amor”
e Neusa é a melhor forma de amar.

Antes que David Byrne,
o redescobrisse,
nosso herói já existia.

Sacudiu o festival de Montreuax,
mandando todo mundo se fudeuax,
exigindo respeito com a sua arte.

Quem foi?
Quem é?
Tom Zé!


Sérgio Fonseca

CLARIVIDÊNCIA

CLARIVIDÊNCIA

Gosto quando a luz do sol
entra pela janela nas manhãs
e invade as minhas retinas
com inúmeras possibilidades.

Nessa hora percebo que a vida é
bem mais que meia dúzia de problemas,
que nos inquietam aqui e acolá,
como as contas a pagar.

Quando a luz do sol
entra por minhas janelas...
Sinto o prenúncio de um novo dia,
de boas novas e das coisas belas.

Minha alma fica em festa,
tudo em mim se ilumina e
antevejo as coisas boas
que a vida há de trazer.

Clarividência!

Sérgio Fonseca


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

DEIXE EU CHORAR


DEIXE EU CHORAR

Peço apenas um favor:
Quando eu quiser chorar,
desaguar a minha dor, deixa.

Não me dê tapinhas nas costas,
nem me diga que vai passar:
Apenas deixe eu chorar.

Esqueça as frases feitas e
não se valha dos batidos clichês.
Tampouco me cite experiências alheias.

Prezo muito a minha dor
por ser ela exclusivamente minha.
Sou homem o suficiente para chorar dignamente.

Depois de tudo isso
eu me refaço, me reinvento e sempre,
sempre volto mais forte e sorridente!


Sérgio Fonseca




quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

PROPAGANDA ENGANOSA


HOMEM DO SÉCULO XXI:
PROPAGANDA ENGANOSA

Minha mansão é hi-tech
Carro do último tipo
No pulso pesa um Rolex
É nisto que eu acredito

Vale pelo que tem
Desfila com suas grifes
Não valoriza ninguém
Em terra de índio é cacique

Tudo pelo prazer
Eu, ela, ele e você
Não pense: Se jogue!
O importante é ser feliz!

Quem é você diante do seu nariz?
O quê te basta ou contenta?
Qual o sentido da vida?
Viver assim vale a pena?

Consome, consome, consome
Até que, por fim, volte ao pó
Pobre homem.

Sérgio Fonseca