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Nosso objetivo neste espaço virtual é refletir sobre o comportamento humano no dia a dia. Para isso, utilizamos a força da palavra através de poesias, crônicas, vídeos e áudios. Pode entrar e ficar a vontade: A casa é sua!







quinta-feira, 27 de novembro de 2014

AMOR A MÃO ARMADA

AMOR A MÃO ARMADA

Não se exige amor
a ponta de faca,
a toque de caixa,
com uma pistola na cabeça,
ou asfixiando a garganta alheia.

Não se exige amor
nem mesmo com
uma dúzia das mais belas rosas,
oferecidas em um jantar romântico,
acompanhadas por um anel de brilhantes.

Não se exige amor
com uma viagem ao Caribe,
um tour maravilhoso pela Europa,
ou um cruzeiro inesquecível às ilhas gregas...

Amor não se exige.

Sérgio Fonseca


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

SOBRE BOLSAS E FOME


SOBRE BOLSAS E FOME

Eu, no Plazza Shoping,
de frente para a Victor Hugo.
A vitrine exibia uma tela hitec gigantesca,
de alta definição, na qual uma modelo
linda, loira, esbelta e com um ar blasé
desfilava com as bolsas da grife.
Coisa de hipnotizar.

Nas prateleiras da loja haviam bolsas,
bolsas e mais bolsas de todos os tipos.
Eram dezenas delas, quem sabe centenas.
Mas nenhuma que coubesse no meu bolso
a fim de que eu fizesse um agradinho ao meu amor.

Com o valor de uma delas eu faria
as compras do mês lá de casa, com direito
a todos os supérfulos que a molecada adora.
Talvez por isso a loja estivesse vazia.
Pensando bem, milhares de crianças
na África, nas favelas e nos sertões do Brasil,
adorariam comer uma bolsa da Victor Hugo.

Sérgio Fonseca





terça-feira, 11 de novembro de 2014

SEM ITINERÁRIO


SEM ITINERÁRIO

Hoje eu quero um ônibus que
dê voltas e mais voltas,
enquanto contemplo sem pressa
a paisagem da cidade pela janela.
Os automóveis aos montes nas ruas,
pessoas caminhando apressadas nas calçadas,
gente bonita, gente feia, gente estranha,
gente surpreendente... 
Eu sou todas essas gentes.

Passear por uma orla sem fim
onde o verde do mar e dos coqueiros
se misturam ao colorido das barracas,
dos biquínis e dos mil tons de pele que
douram de alegria na areia,
enquanto a bola rola.

Hoje eu desejo horas de silêncio.
Pensamento em lugar nenhum.
Nada que não seja paisagem.
Nada que me reflita.
Nada que me revele.
Nada que não seja um céu azul.
Apenas olhar para fora de mim.

Quero um ônibus com janela grande,
sem itinerário, sem rota certa, que não seja circular,
sem parada e sem ponto de chegar...
Porque na vida a gente não chega nunca.

Sérgio Fonseca