MEDO
DE MIM
Quem
me dera,
uma
vez ao menos,
sentar
diante de mim
e
me olhar nos olhos.
Sem
máscaras, disfarces,
palavras
prontas, frases feitas,
caminhos
prévios, atalhos falsos
e
rotas de fuga que me levam
sempre
a lugar nenhum.
Quem
me dera ter a coragem
de
me encarar de frente...
Mas
de tudo tenho medo.
Ando
cansado.
Não
me olho nos olhos,
não
me dirijo a palavra e
caminho
a passos largos
para
bem longe de mim.
Sou
a minha sombra,
a minha sobra,
aquilo que me resta,
o
meu próprio fardo,
o
peso morto que
carrego
em silêncio,
a
cruz pesada que arrasto
enquanto
caminho...
Sozinho.
Sérgio
Fonseca