No próximo sábado é
dia 20 de novembro. Você sabe o que se comemora nesta data? O que nós
brasileiros temos a ver com isso? Em certa ocasião uma amiga, em virtude desse
feriado, me disse: “amanhã é seu dia: Vou
te dar uma corrente de presente”. Isso porque 20 de novembro é Dia da
Consciência Negra, data que se comemora a morte de Zumbi dos Palmares, símbolo
de resistência e luta pela liberdade do povo negro no Brasil.
Analisando a fala da
minha amiga, “amanhã é seu dia”, me
faz crer que aos seus olhos a data não tinha nada a ver com ela por ser branca.
Creio que este seja o pensamento de muitas pessoas: “E eu com isso? Não sou negro”. Será que enquanto brasileiros nós
não temos nada a ver com isso, ou com essa história que é a história do nosso
país e portanto a nossa história?
Por quanto tempo mais
nos distanciaremos, não nos implicaremos, e não assumiremos a realidade étnica
singular na formação do nosso país: negros, índios e brancos. Não adianta
fugir: Está no sangue; na pele; na cara; na cultura em geral.
Quem são os negros ou os pardos (negro-descendente) em
nossa sociedade, se não aqueles que foram subjugados ao longo da história deste
país, e que menos oportunidades têm para alterar a sua vida para melhor? E por
favor não me diga que é por falta de vontade, por inferioridade, e coisas desse
tipo que tentam justificar a situação. Há, na complexidade dos fatos, uma
ideologia mantenedora dessa triste realidade.
Hélio Santos no seu livro A Busca de Um Caminho Para o
Brasil, nos diz que “o negro brasileiro
não está ausente apenas dos meios de comunicação em geral, ele também não
comparece como uma entidade de importância da vida nacional. Nós não
comparecemos adequadamente nas novelas e nos filmes nem somos personagens dos
comerciais de TV na dimensão que merecemos... Assim, o que se mostra é que o
lado bom da vida não é e nem pode ser negro. Aliás, a palavra negro, além de
designar o indivíduo deste grupo étnico-racial, pode significar: sujo, lúgubre,
funesto, sinistro, maldito, perverso, triste, nefando, etc. É o que dizem os
mais importantes dicionários... o que leva tanta gente, no Brasil, a não notar
o que realmente acontece?”
Será que agora nós conseguimos perceber o por quê do
feriado do dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra? É momento de reflexão,
de conscientização, de propostas e mudanças no que diz respeito a realidade de
uma nação onde se diz não haver preconceito. No entanto, a discriminação racial
no Brasil é disfarçada, camuflada e ignorada convenientemente por muita gente.
Nós enquanto cidadãos brasileiros temos tudo a ver com isso!
Sérgio Fonseca
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