CRISE DE IDENTIDADE
ver o jogo do Vasco.
Um grupo de torcedores, ao me ver,
gritavam enlouquecidos:
"Carlos Alberto, hu! Carlos Alberto, hu!"
As tranças, na época,
sugeriam uma certa semelhança .
Acordei e resolvi levar
o meu terno a tinturaria.
De repente a atendente me diz:
"Estou te reconhecendo de algum lugar...
Você não é o vocalista daquele grupo de pagode?"
Poderia até ser,
mas tive que jurar que não era
antes que ela me pedisse um autógrafo.
Ao passar pela portaria do meu prédio,
para comprar pão numa manhã de sábado,
me deparo com três belas moças,
viradas e pra lá de doidonas.
Elas dão de cara comigo,
me olham de cima a baixo e uma delas diz:
“Uau! Carlinhos Brown!”
Percebia que me faltava o nariz
e também o talento do Brown.
de um restaurante com a minha família.
O clima descontraído, o cabelo de preto
e o meu sorriso escancarado,
colocaram uma pulga na orelha do garçom
que se sentiu no direito de me perguntar:
"Você é baiano de qual cidade?"
Respondi rindo que era baiano de Niterói.
Um dia desses fui levar o carro pra lavar.
Enquanto aguardava a minha vez,
ouvia Lenine, Marisa Monte e outros.
Um funcionário do posto, após ter me olhado
e passado por mim várias vezes, não se conteve.
Ele se inclinou na janela do meu carro e
(com toda a seriedade deste mundo)
me perguntou: "Você é parente do Gilberto Gil?"
Estupefato e sem entender nada,
disse a ele, educadamente, que não.
Afinal de contas
quem sou eu?
Gente querida,
pelo amor de Deus...
Eu sou Sérgio Fonseca!
Sérgio Fonseca
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