CUBO
MÁGICO
Sua
vida era feito um cubo mágico que
acertava
de um lado e estragava do outro.
Ela
sonhava com coisas simples e frugais:
Um
cobertor de orelha, um amor, uma família,
filhos
que abraçaria sorrindo pelo resto da vida.
Contudo,
nada!
Sentia
a vida como as folhas das árvores que
caem
solitárias numa tarde cinza de outono,
ou
os grãos de areia numa ampulheta lenta e rarefeita.
Trazia
consigo um tic-tac intermitente na cabeça;
uma
espécie de bomba relógio que sempre
lhe
anunciava a vida por um triz.
Um
dia, decidiu ser feliz com urgência voraz!
Levantou-se
do sofá ligeira, num salto.
Abandonou
definitivamente aquela maldita janela
através
da qual via a vida passar inócua,
sem
graça, sem banda e sem moços.
Pintou
a boca, perfumou o corpo e coloriu a alma:
“Vestiu
uma camisa listrada e saiu por aí.”
Sérgio
Fonseca
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