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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

BODAS DE OURO, CASAMENTOS DE LATA

BODAS DE OURO, CASAMENTOS DE LATA

Encostada no batente da porta da cozinha, e de saco cheio da vida que levava ao lado de Pedro, um marido intransigente, cabeça dura e egocêntrico, Maria Izabel perguntou a mãe:

- Mãe o que fazer quando um casamento acaba, chega ao fim?

Ao que dona Santinha respondeu:

- Filha, antes que acabe de vez é melhor investir todos os esforços possíveis para tentar resgatar a relação. Agora, quando um casamento acaba, mas acaba mesmo... só há duas coisas a fazer: Ter coragem de encarar uma separação e reconstruir uma vida nova, ou deixar as coisas como estão até que a morte os separe. Estou casada com o seu pai há cinquenta anos, já completamos bodas de ouro.

Izabel, naquele instante, num flash back, percorreu a história conjugal nada animadora de dona Santinha e Sr. Severo, seus pais. Relembrou as argruras que a mãe havia sofrido ao lado do pai durante a sua infância e adolescência, em razão do amor que aquela santa mulher tinha por Izabel e Paulo, seu irmão.

Agradeceu as palavras da mãe, enxugando-lhe com ternura as lágrimas que corriam pelas bochechas de dona Santinha. Despediu-se da mãe com um abraço acolhedor, um longo beijo apertado na face e um brilho de cumplicidade no olhar, que só existe numa relação entre mãe e filha que verdadeiramente se amam. E sem que dissessem uma palavra sequer, compartilharam sorrisos suaves de alívio e compreensão. Tudo estava dito no olhar. Izabel entrou no seu carro e retornou à sua casa.

Ao chegar em casa agradeceu a Deus por suas duas filhas. Abraçou Juliana e Larissa com amor e comprometimento de mãe. E por ela e por suas duas filhas, de 5 e 7 anos de idade, resolveu tomar uma decisão. Com a consciência tranquila que durante dez anos havia empreendido todos os esforços possíveis para resgatar a sua relação conjugal com Pedro – que continuava indiferente, sem demonstrar um sinal positivo de mudança, parceria e comprometimento com o relacionamento familiar – criou coragem para dar um basta naquela situação e disse:

- Pedro, eu não quero completar bodas de ouro ao seu lado, desse jeito que estamos vivendo. Eu quero um relacionamento de amor, cumplicidade, parceria... Um relacionamento de verdade!

Pedro ouviu tudo aquilo com indiferença, desdém e sem dar ouvidos. E após dez anos de casamento veio a separação.

Dois anos após sua separação Izabel conheceu Renato que era colega de trabalho de Paulo, seu irmão. Três anos depois eles se casaram. Mês passado eles fizeram bodas de algodão. No entanto, com todas as dificuldades de qualquer casamento, Izabel encontrou em Renato parceria, companheirismo e um relacionamento de ouro.

Dona Santinha, hoje em dia, olha para a filha cheia de orgulho e alegria, por saber que Izabel teve a coragem de reescrever a sua história e ser feliz!

Sérgio Fonseca









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