SOBRE
BOLSAS E FOME
Eu,
no Plazza Shoping,
de
frente para a Victor Hugo.
A
vitrine exibia uma tela hitec gigantesca,
de
alta definição, na qual uma modelo
linda,
loira, esbelta e com um ar blasé
desfilava
com as bolsas da grife.
Coisa
de hipnotizar.
Nas
prateleiras da loja haviam bolsas,
bolsas
e mais bolsas de todos os tipos.
Eram
dezenas delas, quem sabe centenas.
Mas
nenhuma que coubesse no meu bolso
a
fim de que eu fizesse um agradinho ao meu amor.
Com
o valor de uma delas eu faria
as
compras do mês lá de casa, com direito
a
todos os supérfulos que a molecada adora.
Talvez
por isso a loja estivesse vazia.
Pensando
bem, milhares de crianças
na
África, nas favelas e nos sertões do Brasil,
adorariam
comer uma bolsa da Victor Hugo.
Sérgio
Fonseca
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