SEM
ITINERÁRIO
Hoje
eu quero um ônibus que
dê
voltas e mais voltas,
enquanto
contemplo sem pressa
a
paisagem da cidade pela janela.
Os
automóveis aos montes nas ruas,
pessoas
caminhando apressadas nas calçadas,
gente
bonita, gente feia, gente estranha,
gente
surpreendente...
Eu sou todas essas gentes.
Passear
por uma orla sem fim
onde
o verde do mar e dos coqueiros
se
misturam ao colorido das barracas,
dos
biquínis e dos mil tons de pele que
douram
de alegria na areia,
enquanto
a bola rola.
Hoje
eu desejo horas de silêncio.
Pensamento
em lugar nenhum.
Nada
que não seja paisagem.
Nada
que me reflita.
Nada
que me revele.
Nada
que não seja um céu azul.
Apenas
olhar para fora de mim.
Quero
um ônibus com janela grande,
sem
itinerário, sem rota certa, que não seja circular,
sem
parada e sem ponto de chegar...
Porque
na vida a gente não chega nunca.
Sérgio
Fonseca
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